sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Mágoa

Ontem sentei-me no tapete do meu quarto e sorri! Percebi que posso ser feliz em cada pormenor que a vida me concede. Arquitecto o pensamento de forma a fortalecer o meu corpo e a minha mente. O meu olhar percorre cada canto, cada parede, cada espaço vazio do meu refúgio e num toque de magia uma lágrima rola, o sorriso dissipa-se. Num instante o meu olhar quebra-se na flor azul que figura no tapete e a minha mente questiona-se no porquê, nos porquês que me perseguem, até mesmo quando desejo não ter que pensar.
Repito e volto a repetir que sou feliz, que sou única, que sou especial. Mas no meu interior uma dor imensa absorve o meu ser. Aperta no meu coração, faz doer o meu peito, paralisa a minha mente e prende o meu sorriso. Sei que esse não é o meu verdadeiro eu, mas por momentos arrasto-me na corrente deste pesar, que arde a cada soluço. Procuro encontrar a razão desta dor, pretendo que ela passe despercebida nos olhares que os outros projectam em mim. Porque afinal, eu não sou assim, eu não choro, eu não sinto dor, eu não me magoo. Vivo de sorrisos que não deixam transparecer a fragilidade que por vezes me assombra.
E é assim que hoje me sinto…desiludida, com uma dor que não posso deixar que os outros vejam, que os outros sintam. Procuro desabafar com as palavras, com os rascunhos que vou desenhando nesta folha branca. Mas… apenas surge a vontade de gritar ao mundo para que esta dor desapareça e eu continue a ser quem sou, um sorriso onde a dor finge não habitar!